Acanthaceae Família de Planta

Acanthaceae é uma família da ordem Lamiales que inclui angiospérmicas (plantas com flor – divisão Magnoliophyta). Essa família são as plantas ornamentais mais importantes. Embora sejam mais comuns nas áreas tropicais e mais quentes do mundo, podem ser encontrados em uma variedade de ecossistemas. A família Acanthaceae é composta principalmente por ervas, lianas e, menos frequentemente, árvores;  assim como espécies arbustivas e duradouras. Existem aproximadamente 3500 espécies em aproximadamente 200 gêneros, sendo Justicia L. o gênero mais populoso, com aproximadamente 700 espécies vivendo em áreas tropicais e subtropicais. No Brasil, há 41 gêneros e 432 espécies. A Acanthaceae foi venerada pelos gregos e romanos e foi usada como inspiração paisagística na costa do Mediterrâneo em capitéis, coríntios e compósitos. Elementos arquitetônicos grego-romanos, como o arquiteto e escultor Calimaco de Atenas, foram usados como inspiração para decorar arquiteturas. Em uma lenda de Vitrúvio, an Acanthaceae é referida como o símbolo das provações da vida e da morte, representadas pelos espinhos.

Etimologia

Acanthus, nome de um gênero de plantas no latim moderno, vem do grego akanthos (espinho), devido à presença de espinhos “macios”, e a terminação aceae.

Descrição Morfologia

As folhas são simples (inteiras ou lobadas), contrarias ou alternadas, com tricomas básicos e sem estípulas. A inflorescência é do modelo racemosa e ainda tem bractéolas ou brácteas muito desenvolvidas e exuberantes. As flores são bisexuais, com simetria zigomorfa e com um cálice de quatro ou cinco sépalas unidas entre si e uma corola bilabiada. Ele tem quatro estames: dois maiores e dois menores; no final, pode ter apenas dois. Normalmente, a placentação axilar ocorre quando os carpelos do ovário estão unidos entre si, e cada lóculo pode conter apenas dois ou nenhum óvulo. Nectários localizados na base do ovário. Os frutos do tipo cápsula loculicida têm sementes achatadas.

A flor - cuja evolução é um dos principais fatores que determinaram o sucesso dessa divisão, pertence a classe Magnoliopsida (dicotyledoneae)
Thunbergia Azul – Família Acanthaceae

Distribuição Geográfica

  • Norte: (Amazonas, Amapá, Acre, Rondônia, Pará, Tocantis, Roraima);
  • Nordeste: (Bahia, Maranhão, Alagoas, Ceará, Rio Grande do Norte, Sergipe, Pernambuco, Paraíba, Piauí);
  • Centro-oeste: (Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul);
  • Sudeste: (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo);
  • Sul: (Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina). Tendo como domínios fitogeográficos a Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa, Pantanal.

Adaptações – Caracteres Evolutivos

A Acanthaceae pertence à divisão Magnoliophyta que apresenta o conjunto dos caracteres reprodutivos reunidos em uma estrutura exclusiva, a flor. A evolução da flor foi um dos fatores mais importantes para o sucesso dessa divisão. A Acanthaceae pertence à classe Magnoliopsida (dicotyledoneae), que constitui o grupo basal, ou seja, aquele que origina os demais, exibindo maior número de caracteres plesiomorfos (primitivos), e faz parte da subclassasse Asteridae, em que estão reunidas as famílias, nas quais estão os caracteres mais bem estruturados da divisão.

Caracteres Plesiomorfos (Primitivos) Caracteres Apomorfos (Avançados)
Plantas Lenhosas, Tropicais, Terrestres Trepadeiras, Temperadas, Aquáticas, Parasistas, Herbáceas
Estípulas Presentes Ausentes
Folhas Espiraladas, Simples Verticiladas, Compostas
Flores Hermafroditas, Solitárias, Diclamídeas, Actinomorfas, Hipóginas, Períginas, Pétalas Livres Unissexuais, Inflorescências, Aclamídeas, Monoclamídeas, Zigomorfas, Epíginas, Pétalas Unidas
Partes Florais Espiraladamente Imbricadas Verticiladas
Perianto Indiferenciado Diferenciado em Cálice e Corola
Carpelos Muitos e livres Poucos e unidos
Estames Muitos, livres e Laminares Poucos, unidos, diferenciados em Antera, Filete e Conectivo.
Placentação Laminar Marginal com um Carpelo Basal, Axilar, Parietal
Pólen Monoaperturado Tri ou Poliaperturado

 

Reprodução

Os pássaros, vespas, mariposas, borboletas e abelhas contribuem com a polinização do tipo entomófila.

Importância Econômica

Além de possuir espécies de grande valor ornamental, também possui uma árvore de manguezal chamada Avicennia schaueriana, que é significativa ecologicamente para o ecossistema ao qual pertence.

Jacobinias – Família Acanthaceae

Conservação

O Ministério do Meio Ambiente declarou que a família Acanthaceae está entre as espécies florais brasileiras ameaçadas de extinção e tem um alto risco de desaparecer na natureza em um futuro próximo. As espécies, juntamente com outras listadas como ameaçadas de extinção, estão sujeitas às restrições impostas pela legislação em vigor e a coleta de qualquer espécie só pode ser autorizada por um órgão ambiental competente.

Potencial Ornamental

É por causa do grande número de plantas cultivadas como ornamentais, que sem dúvida são espécies essenciais para o paisagismo.

Gêneros de Acanthaceae

Existem 242 gêneros identificados atualmente.

A
Acanthopale
Acanthopsis
Acanthura
Acanthus
Achyrocalyx
Adhatoda
Afrofittonia
Ambongia
Ancistranthus
Ancistrostylis
Andrographis
Angkalanthus
Anisacanthus
Anisosepalum
Anisostachya
Anisotes
Anomacanthus
Apassalus
Aphanosperma
Aphelandra
Aphelandrella
Ascotheca
Asystasia
Asystasiella
Avicennia

B
Ballochia
Barleria
Barleriola
Beloperone
Benoicanthus
Blechum
Blepharis
Borneacanthus
Boutonia
Brachystephanus
Bravaisia
Brillantaisia
Brunoniella

C
Calacanthus
Calycacanthus
Camarotea
Carlowrightia
Celerina
Centrilla
Cephalacanthus
Chaetacanthus
Chalarothyrsus
Chamaeranthemum
Chileranthemum
Chlamydacanthus
Chlamydocardia
Chlamydostachya
Chorisochora
Chroesthes
Clarkeasia
Clinacanthus
Clistax
Codonacanthus
Conocalyx
Cosmianthemum
Crabbea
Crossandra
Crossandrella
Cuenotia
Cyclacanthus
Cynarospermum
Cyphacanthus
Cystacanthus

D
Danguya
Dasytropis
Dianthera
Dichazothece
Dicladanthera
Dicliptera
Dipteracanthus
Dischistocalyx
Dolichostachys
Duosperma
Dyschoriste

E
Ecbolium
Echinacanthus
Elytraria
Encephalosphaera
Epiclastopelma
Eranthemum
Eremomastax
Eusiphon

F
Filetia
Fittonia
Forcipella

G
Geissomeria
Glossochilus
Graphandra
Graptophyllum
Gymnophragma
Gymnostachyum
Gynocraterium
Gypsacanthus

H
Habracanthus
Hansteinia
Harpochilus
Haselhoffia
Hemiadelphis
Hemigraphis
Henrya
Herpetacanthus
Heteradelphia
Himantochilus
Holographis
Hoverdenia
Hygrophila
Hymenochlaena
Hypoestes

I
Ionacanthus
Isoglossa
Isotheca
Ixtlania

J
Jacobinia
Jadunia
Justicia

K
Kalbreyeriella
Kosmosiphon
Kudoacanthus

L
Lankesteria
Lasiocladus
Leandriella
Lepidagathis
Leptostachya
Liberatia
Lissospermum
Listrobanthes
Lophostachys
Louteridium
Lychniothyrsus

M
Mackaya
Mananthes
Megalochlamys
Megalostoma
Megaskepasma
Melittacanthus
Mellera
Mendoncia
Metarungia
Mexacanthus
Microstrobilus
Mimulopsis
Mirandea
Monechma
Monothecium

N
Nelsonia
Neriacanthus
Neuracanthus
Nilgirianthus
Nothoruellia

O
Odontonema
Ophiorrhiziphyllon
Oplonia
Orophochilus

P
Pachystachys
Pachystrobilus
Paragutzlaffia
Pararuellia
Parastrobilanthes
Pericalypta
Periestes
Peristrophe
Petalidium
Phaulopsis
Phlogacanthus
Physacanthus
Pleocaulus
Podorungia
Poikilacanthus
Polylychnis
Populina
Pranceacanthus
Psacadopaepale
Pseuderanthemum
Pseudocalyx
Pseudodicliptera
Pseudoruellia
Pseudostenosiphonium
Psilanthele
Pteracanthus
Pteroptychia
Ptyssiglottis
Pulchranthus
Pupilla

R
Razisea
Rhacodiscus
Rhinacanthus
Rhytiglossa
Ritonia
Ruellia
Ruelliopsis
Rungia
Ruspolia
Ruttya

S
Saintpauliopsis
Sanchezia
Sarojusticia
Sarotheca
Satanocrater
Schaueria
Sclerochiton
Semnothyrsus
Sericocalyx
Sericographis
Siphonoglossa
Spathacanthus
Sphacanthus
Staurogyne
Staurogynopsis
Stenandriopsis
Stenandrium
Stenostephanus
Streblacanthus
Streptosiphon
Strobilanthes
Strobilanthopsis
Suessenguthia
Symplectochilus
Synnema

T
Taeniandra
Teliostachya
Tessmanniacanthus
Tetraglochidium
Tetramerium
Thelepaepale
Thunbergia
Thyrsacanthus
Trichanthera
Trichaulax
Trichosanchezia

V
Vavara
Vindasia

W
Whitfieldia

X
Xantheranthemum
Xanthostachya
Xenacanthus

Y
Yeatesia

Z
Zygoruellia